tons de dentro

notas soltas ou músicas completas vindas de dentro de mim...

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Localização: entre Aveiro e o Porto, Portugal

sexta-feira, setembro 23, 2005

Subi ao primeiro degrau do sonho...

Eu sabia que um dia subiria a Via Latina como estudante de Coimbra! Foi hoje!! Senti uma comoção imensa e lembrei-me de algumas pessoas que não estavam, fisicamente, comigo mas que eu tinha no pensamento! Para não correr o risco de me esquecer de alguém, não as nomeio, abrindo, no entanto, uma excepção para o meu avô Armindo! Para ele este meu sonho!! E todos os que ainda tenho por realizar... Pela falta que sinto todos os dias... Pelas saudades que doem... Pela presença ainda e sempre constante em tantos momentos da minha vida... Continua a olhar por cada um de nós, Muralha de Aço!!
Da caloira, com muito agradecimento e carinho, um beijo grande no coração de todos que acreditaram que isto ia ser possível!!! ADORO-VOS!!!



Coimbra é uma lição

Coimbra do Choupal,
Ainda és capital
Do amor em Portugal,
Ainda.
Coimbra, onde uma vez,´
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês
Tão linda!

Coimbra das canções,
Tão meiga que nos pões
Os nossos corações
A nu.
Coimbra dos doutores,
P'ra nós os teus cantores
A fonte dos amores
És tu.

Coimbra
é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade
O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer
Saudade.

Música: Raul Ferrão

quinta-feira, setembro 15, 2005

Saudades...

Sei que fiquei de escrever há uns dias acerca da grande mudança da minha vida... Não tem dado! Mudei de emprego, estou motivada, entusiasmada e cheia de trabalho!!! Mas não me esqueço do que deixei para trás... Ou melhor, de quem deixei para trás! Tenho saudades da Isabel! Uma amiga feita em contexto de trabalho, que me ajudou muito e com quem quero manter sempre contacto! Confidentes, cúmplices e amigas! Tantas vezes ouviu os meus lamentos, tantas vezes me aconselhou, tantas vezes partilhámos leituras, tantas vezes comemorou comigo as vitórias do nosso FCP (e lamentou algumas - poucas - derrotas), tantas vezes tantas tenho saudades dela!!
Mas estaremos sempre perto, eu sei!! E desejo-lhe, ela sabe, tudo de bom!!! Porque ela é especial! (Talvez seja da costela que ela tem aqui do meu concelho! Estou a brincar, claro!!)
E hoje, que volto a escrever aqui no livro deixo um poema que ela me mostrou (gostas do último verso, eu sei!!) e que eu adorei.
Para ti, Isabel, o melhor do Mundo!!



Os cinco sentidos

São belas - bem o sei, essas estrelas
Mil cores - divinais têm essas flores;
Mas eu não tenho amor, olho para elas;
Em toda a natureza
Não vejo outra beleza
Senão a ti - a ti!

Divina - ai! sim, será a voz que afina
Saudosa - na ramagem densa, umbrosa.
Será; mas eu do rouxinol que trina
Não oiço a melodia,
Nem sinto outra harmonia
Senão a ti - a ti!

Respira - n'aura que entre as flores gira,
Celeste - incenso de perfume agreste.
Sei... não sinto: minha alma não aspira,
Não percebe, não toma
Senão o doce aroma
Que vem de ti - de ti!

Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo - de néctar o racimo:
E eu tenho fome e sede... sequiosos,
Famintos meus desejos
Estão... mas é de beijos,
E só de ti - de ti!

Macia - deve a relva luzidia
Do leito - se por certo em que me deito;
Mas quem, ao pé de ti, quem poderia
Sentir outras carícias,
Tocar noutras delícias
Senão em ti - em ti!

A ti! ai, a ti só os meus sentidos
Todos num confundidos,
Sentem, ouvem, respiram;
Em ti, por ti deliram.
Em ti a minha sorte,
A minha vida em ti;
E quando venha a morte,
Será morrer por ti.


Almeida Garrett, Folhas Caídas