Saudades...
Sei que fiquei de escrever há uns dias acerca da grande mudança da minha vida... Não tem dado! Mudei de emprego, estou motivada, entusiasmada e cheia de trabalho!!! Mas não me esqueço do que deixei para trás... Ou melhor, de quem deixei para trás! Tenho saudades da Isabel! Uma amiga feita em contexto de trabalho, que me ajudou muito e com quem quero manter sempre contacto! Confidentes, cúmplices e amigas! Tantas vezes ouviu os meus lamentos, tantas vezes me aconselhou, tantas vezes partilhámos leituras, tantas vezes comemorou comigo as vitórias do nosso FCP (e lamentou algumas - poucas - derrotas), tantas vezes tantas tenho saudades dela!! Mas estaremos sempre perto, eu sei!! E desejo-lhe, ela sabe, tudo de bom!!! Porque ela é especial! (Talvez seja da costela que ela tem aqui do meu concelho! Estou a brincar, claro!!) E hoje, que volto a escrever aqui no livro deixo um poema que ela me mostrou (gostas do último verso, eu sei!!) e que eu adorei. Para ti, Isabel, o melhor do Mundo!! Os cinco sentidos São belas - bem o sei, essas estrelas Mil cores - divinais têm essas flores; Mas eu não tenho amor, olho para elas; Em toda a natureza Não vejo outra beleza Senão a ti - a ti! Divina - ai! sim, será a voz que afina Saudosa - na ramagem densa, umbrosa. Será; mas eu do rouxinol que trina Não oiço a melodia, Nem sinto outra harmonia Senão a ti - a ti! Respira - n'aura que entre as flores gira, Celeste - incenso de perfume agreste. Sei... não sinto: minha alma não aspira, Não percebe, não toma Senão o doce aroma Que vem de ti - de ti! Formosos - são os pomos saborosos, É um mimo - de néctar o racimo: E eu tenho fome e sede... sequiosos, Famintos meus desejos Estão... mas é de beijos, E só de ti - de ti! Macia - deve a relva luzidia Do leito - se por certo em que me deito; Mas quem, ao pé de ti, quem poderia Sentir outras carícias, Tocar noutras delícias Senão em ti - em ti! A ti! ai, a ti só os meus sentidos Todos num confundidos, Sentem, ouvem, respiram; Em ti, por ti deliram. Em ti a minha sorte, A minha vida em ti; E quando venha a morte, Será morrer por ti. Almeida Garrett, Folhas Caídas |
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