tons de dentro

notas soltas ou músicas completas vindas de dentro de mim...

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Localização: entre Aveiro e o Porto, Portugal

sábado, outubro 15, 2005

Pela preferência clubística...

Fui chamada pela minha irmã para ver a indumentária da apresentadora do Festival da Canção de 1983! Era Valentina Torres (magra e engraçada) e o cantor naquele momento era Armando Gama. Desse festival nasce o amor entre ambos, mas não é de isso que quero referir... Entre os cantores a concurso estavam Herman José, Helena Isabel, Broa de Mel, Alexandra e Carlos Paião, entre outros! Nesta altura, o Festival era um acontecimento!! E nesse acontecimento cantaram Carlos Paião e Cândida Branca Flor. "Vinho do Porto. Vinho de Portugal". Voltei a ouvir a letra e pensei que é um bom exemplo de composição, além de um belo "cartaz" para promover a Muy leal e invicta cidade do Porto, ainda que o vinho e tudo o que a ele diga respeito seja feito em Gaia. Mas não é isso que importa... Agora interessa, em dia de FCP-SLB, deixar o poema de Carlos Paião e prestar assim homenagem à cidade e a todos os que fazem esse néctar! Viva o Porto!! Viva o FCP!!!


Vinho do Porto. Vinho de Portugal

PRIMEIRO A SERRA
SEMEADA TERRA A TERRA
NAS VERTENTES DA PROMESSA
DEPOIS O VERDEQUE SE GANHA
OU QUE SE PERDE
QUANDO A CHUVA CAI DEPRESSA
E NASCE O FRUTO
QUANTAS VEZES DIMINUTO
COMO AS UVAS DA ALEGRIA
E NA VINDIMA
VÃO AS CESTAS ATÉ CIMA
COM O PÃO DE CADA DIA
SUOR DO ROSTO
P’RA PISAR E VER O MOSTO
NOS LAGARES DO BOM CAMINHO
ASSIM CUIDADO
FAZ-SE O SONHO FERMENTADO
GENEROSO COMO O VINHO
E PELO RIO VAI DOURADO O NOSSO BRIO
NOS REBELOS DE UMA VIDA
E PARA O MUNDO
VÃO GARRAFAS CÁ DO FUNDO
DUMA GENTE ENRAIVECIDA
POR ISSO HÁ FESTA
NÃO HÁ GENTE COMO ESTA
QUANDO A VIDA NOS EMPRESTA
UNS FOGUETES DE ILUSÃO!
VEM A FANFARRA
E OS MIÚDOS, A ALGAZARRA,
MAIS O POVO QUE SE AGARRA
P’RA PASSAR A PROCISSÃO
E SÃO ATLETAS, CORREDORES DE BICICLETAS
E AS PALAVRAS INDISCRETAS
NA BOCA DE ALGUM RAPAZ
E AS BARRACAS
MAIS OS CORTES NAS CASACAS
OS CONJUNTOS, AS RESSACAS
E OUTRO BRINDE QUE SE FAZ:
VINHO DO PORTO
VOU SERVI-LO NESTE CÁLICE
ALICERCE DA AMIZADE
EM PORTUGAL!É O CONFORTO
DUMA DOR TOMADA AOS TRAGOS
QUE TRAZEMOS POR VONTADE
EM PORTUGAL!
SE NÓS QUISERMOS ENTORNAR A PEQUENEZ,
SE NÓS SOUBERMOS SER AMIGOS DESTA VEZ
NÃO HÁ CHAMPANHE QUE NOS GANHE
NEM NINGUÉM QUE NOS APANHE
PORQUE O VINHO É PORTUGUÊS!
VINHO DO PORTOVINHO DE PORTUGAL
E VAI À NOSSA
À NOSSA BEIRA-MAL!
À BEIRA-PORTO
HÁ VINHO POR TOMAR
HÁ-DE HAVER PORTO
PARA O NOSSO MAR.
VINHO DO PORTO
VINHO DE PORTUGAL
E VAI À NOSSA
À NOSSA BEIRA-MAL!
À BEIRA-PORTO
HÁ VINHO P’RA TOMAR
HÁ-DE HAVER PORTO
PARA O DESCONFORTO,
PARA O QUE ANDA TORTO
NESTE NAVEGAR

Letra e música: Carlos Paião (1983)

quinta-feira, outubro 13, 2005

Mais um poema (dos bons!!)

Bem sei que não tenho actualizado tanto este "livro" como eu desejava, mas a minha nova actividade profissional absorve-me e, mesmo pensando nele muitas vezes, não tenho tempo para ir escrevendo. Ainda não fui à faculdade, mas tudo continua normal: trabalho, família, amores... Tudo bem! Como, de facto, não tenho nada de novo para contar deixo este link http://www.fotolog.net/_verdeerosa_ para que leiam o poema que dá legenda a uma imagem do céu nublado, de um autor que vou descobrindo e amando, Carlos Drummond de Andrade. Está lá a propósito de uma data difícil para a nossa família e achei-o maravilhoso... Por esse motivo, compartilho-o, na esperança que ele vos transmita algo, como uma dádiva!!!