Momentos de poesia...
Como já vem sendo habitual, nem sempre quero escrever algo de definitivamente original... E como tenho com as Letras uma relação próxima, julgo que vale a pena aproveitar este "livro" para dar a conhecer (ou apenas fazer relembrar) alguns dos poetas da Língua de Camões e António Ramos Rosa foi hoje escolhido.
Poeta nascido em Faro em 1924 (e ainda vivo, felizmente) é um nome importante das Letras portuguesas contemporâneas. Autor de variadíssimos livros, recebeu o Prémio Pessoa e já viu o seu nome apontado como candidato ao Prémio Nobel da Literatura. O poema que escolhi foi escrito em 1974 e parece-me um bom começo para a descoberta do seu autor...
Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
A. Ramos Rosa, A Mão de Água e a Mão de Fogo
Poeta nascido em Faro em 1924 (e ainda vivo, felizmente) é um nome importante das Letras portuguesas contemporâneas. Autor de variadíssimos livros, recebeu o Prémio Pessoa e já viu o seu nome apontado como candidato ao Prémio Nobel da Literatura. O poema que escolhi foi escrito em 1974 e parece-me um bom começo para a descoberta do seu autor...
Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
A. Ramos Rosa, A Mão de Água e a Mão de Fogo
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