tons de dentro

notas soltas ou músicas completas vindas de dentro de mim...

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sábado, março 19, 2005

Ao Japão e ao Muralha de Aço

19 de Março, Dia do Pai. Não sou grande adepta deste dias estipulados para comemorar seja o que for, muito menos gosto quando se trata do dia do Pai ou da Mãe. Porque são cargos que se exercem todos os dias, ininterruptamente, e porque é nossa obrigação, enquanto filhos, mostrar--lhes todos os dias, por gestos, palavras ou apenas um olhar que eles são importantes no nosso percurso!
Mas, como não podia deixar de ser, cá fica um texto público com uma mensagem que digo frequentemente em privado: Obrigada, António Japão! O resto ele sabe-o e sente-o! A admiração, o respeito, o carinho, o amor, a ternura e tantos outros sentimentos de que nem sempre é fácil falar... Por este caminho palmilhado e, sobretudo, pelo que falta palmilhar deixo-te um grande e sentido abraço cheio de cumplicidades...
E não esqueço hoje, nem nunca, uma outra figura paterna que está, fisicamente, ausente: o meu avô Armindo. Deixou-me uma ferida aberta que dói, mas estou certa que estará em paz e a proteger-nos muito! Obrigada, Muralha de Aço!
Termino transcrevendo um soneto de António Sardinha, poeta do integrismo português. A selecção do poema tem dois motivos: por um lado, fala do "Pai"; por outro, o seu autor está a ser descoberto, ou redescoberto, pelo meu pai e por grande amigo!
FELIZ DIA DO PAI!!!


"Deus te abençoe-, que Deus te faça um santo!"
-meu Pai dizia. Assim eu digo após.
"Deus te abençoe!" A Deus as mãos levanto.
Foi Deus servido ouvir a minha voz!

"Deus te abençoe-, que Deus te faça um santo!"
- E o espírito sereno dos Avós,
oh, gesto em cruz, em ti venero e canto,
descendo tutelar sobre nós!

Filho que sou, p'la vez primeira agora
eu vou soltar a invocação de pai,
como chegou a mim p'los tempos fora.

"Deus te abençoe..."- Senhor Omnipotente,
que o voto que de mim agora sai
não tenha nunca fim na minha gente!


António Sardinha